O Boavista manter-se-á firme da defesa dos seus interesses e não acabará caso desça administrativamente na sequência do processo Apito Final, assegurou o presidente Álvaro Braga Júnior, em entrevista à Agência Lusa.
"Não será a morte do clube. E não será a morte, porque o Boavista é credível e a cidade está com o Boavista. Ninguém entende estes processos e há muitos a querer ajudar. Há muita gente que entende este processo como uma guerra Norte-Sul ou, se quiser, como uma guerra Benfica-FC Porto, na qual o Boavista foi apanhado no meio", disse.
Álvaro Braga Júnior revelou que não será letal a descida, porque há "muitas pessoas a aproximarem-se do Boavista": "Não acredito que vamos para a segunda divisão, mas estimamos na primeira divisão qualquer coisa como cinco milhões de receitas e na Liga de Honra apenas pouco mais que um milhão. É significativo".
"A segunda divisão, não sendo ruinosa, obriga a inventar mais soluções. Mas hoje o Boavista, se calhar, já tem algumas alternativas nesse quadro, mas temos de ficar na primeira divisão, pela mais elementar justiça, seja pelos pontos conquistados, seja pela razão que temos do nosso lado".
O 34º presidente do Boavista, crente num futuro melhor, assegurou a existência de "gente interessa em ajudar" e revelou estar a trabalhar no sentido de salvar o clube: "Uns serão investidores e outros parceiros. Espero ter o talento de convencer alguns desses parceiros e alguns investidores. Queremos começar de forma tranquila e começar a colocar a vida em dia e a casa num caminho sereno".
Dirigente experiente, Álvaro Braga Júnior não se assumiu como um "presidente de carteira aberta" ou capaz de um "toque de Midas", apenas prometendo aos sócios "grande solidariedade".
"Já senti uma ou duas coisas francamente positivas: regressou a credibilidade que o Boavista merece e exige. Orgulha-me muito algo que me parece ser fulcral: não me lembro de sentir empatia tão grande da cidade com o Boavista e do Boavista com a cidade. Recebo diariamente mensagens solidárias de pessoas que não são boavisteiras, mas que são do Porto cidade e que entendem que o Boavista é uma instituição fundamental para a cidade".
O provimento à providência cautelar interposta pelo Boavistaa a propósito das decisões do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), decretada segunda-feira, é uma vitória do clube, mas "apenas a primeira de muitas batalhas", assegura também Álvaro Braga Júnior.
O presidente do Boavista revelou acreditar na justiça portuguesa e disse não haver dúvidas sobre a permanência do clube na principal competição portuguesa de futebol.
"É a primeira de muitas batalhas que ainda vamos travar, até ganharmos a guerra que alguns nos quiseram mover e que não faz sentido nenhum. Não há motivos para penalizar o Boavista e creio que a Comissão Disciplinar da Liga e o grupo dos cinco amigos do Conselho de Justiça não levaram em linha de conta o passado e dignidade do Boavista. Tivemos um simulacro de justiça. A aceitação da providência cautelar veio colocar as coisas no devido lugar", frisou.
Álvaro Braga Júnior explicou também à Lusa que o clube está a conversar com o Fisco e Segurança Social de forma a saldar as dívidas que sufocam o clube e revelou a existência um "project finance" que pode salvar o centenário emblema axadrezado.
"Temos alguém a trabalhar connosco graciosamente que pode elaborar os documentos necessários para um Project Finance. Os investidores só chegarão a nós na base da honestidade e alguns estão na soleira da porta. Esta dúvida, primeira ou segunda divisão, deixa os investidores na soleira da porta, mas sem entrarem", lamentou, porém, a propósito da pouca celeridade do processo.
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