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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CICLISMO: DANAIL PETROV EM 4º NA 1º ETAPA DA VOLTA A PORTUGAL

O ucraniano Oleg Chuzhda (Caja Rural) aproveitou a apatia da maior parte das equipas portuguesas para vencer a primeira etapa em linha da Volta a Portugal e vestir a camisola amarela. O companheiro de equipa de Vítor Rodrigues pedalou em fuga durante a maior parte dos 188 quilómetros que ligaram Gouveia e Oliveira de Azeméis, cortando a meta com 4h59m10s, 1m24s antes de Sérgio Ribeiro (Barbot-Siper) e de Cândido Barbosa (Palmeiras Resort-Prio-Tavira), que ocuparam os postos seguintes. Na geral Chuzhda comanda com 1m32s sobre Cândido e 1m34s relativamente a Patrik Sinkewitz (ISD-Neri).

O ucraniano executou uma espécie de milagre da multiplicação. Atacou para conquistar a camisola verde, símbolo de melhor trepador, e acabou a jornada dono dessa camisola, mas também da amarela e da branca, dos pontos. Pelo caminho ganhou todas as metas intermédias e ainda teve fôlego para erguer os braços na estreia de Oliveira de Azeméis como final de etapa da Volta a Portugal.

O modus operandi seguido por Oleg Chuzhda já era conhecido do pelotão, que nem assim se deu ao trabalho de impedir o sucesso da iniciativa. O ucraniano atacou ao quilómetro zero, foi alcançado e voltou a tentar ao quilómetro quatro. Desta feita teve sucesso e saiu na companhia de Carlos Baltazar (Barbot-Siper) e de Martijn Keizer (Rabobank Continental). Com 115 ainda por disputar, no início da subida para a contagem de segunda categoria instalada no Caramulo, o ciclista da Caja Rural partiu para fazer em solitário o resto da tirada. Foi a repetição da operação realizada na edição transacta da Volta, quando, à oitava etapa, o ucraniano integrou de início uma fuga, livrando-se dos companheiros de aventura para ganhar isolado em Aveiro.

O pelotão deixou a fuga de hoje consolidar-se de uma forma quase inédita, pois a diferença atingiu os 15 minutos em pouco mais de 40 quilómetros de etapa. Foi preciso que o Palmeiras Resort-Prio-Tavira tomasse conta do pelotão, sem ajudas, para que a diferença começasse a cair. Depois da montanha, outras equipas acabariam por juntar-se ao trabalho, como foi o caso da Barbot-Siper, da Madeinox-Boavista e da LA-Paredes Rota dos Móveis. Mas já era tarde e a fuga para a montanha resultou num jackpot para Oleg Chuzhda.

“Foi muito difícil. Ataquei para ganhar a montanha, mas tive a sorte de chegar à meta e tornar-me líder. Penso que amanhã perderei a camisola amarela. No entanto, no futuro irei continuar a tentar as fugas e procurarei vencer outra etapa”, prometeu o novo dono comandante da geral individual.

O segundo classificado passou a ser Cândido Barbosa, mercê da bonificação pelo terceiro lugar na tirada e do corte produzido pelo sprint numa recta da meta colocada numa rampa com alguma dificuldade. A subida ao segundo posto não fez o “Foguete de Rebordosa” esquecer as razões de queixa que julga ter pelo comportamento dos adversários. “Até me senti mal durante a primeira hora de corrida, o pelotão parecia que ia a fazer um passeio de cicloturismo. Acabou por ser uma etapa atípica, já que todos têm força e ambições, mas ninguém reagiu à fuga a não ser a nossa equipa”, acusou Barbosa.

Apesar de a enorme diferença conquistada por Oleg Chuzhda ter chegado a assustar, a quebra final do corredor ucraniano aliada à perseguição mais efectiva de que foi alvo, acabou por deixar a corrida totalmente em aberto. Numa altura em que ainda não chegaram os pontos decisivos, todos os sinais contam na tentativa de se perceber como se encontram os favoritos. Tanto ontem como hoje, as melhores indicações surgiram por parte de David Blanco (Palmeiras Resort-Prio-Tavira) e de Patrik Sinkewitz, de novo nos postos cimeiros. No pólo oposto há a destacar o espanhol David Bernabéu (Barbot-Siper), que cedeu sete segundos face aos principais adversários, e o italiano Emanuele Sella (CarmioOro-NGC), que pedeu vinte segundos para o grupo dos candidatos.

O primeiro tira-teimas está, contudo, marcado apenas para amanhã, dia em que se disputa a segunda etapa, que leva a caravana de Aveiro até Santo Tirso, através de um percurso de 152,3 quilómetros. A meta está instalada na Senhora da Assunção, que coincide com uma contagem de montanha de segunda categoria. Pelo caminho há um prémio de montanha de terceira, sensivelmente a meio da viagem, além de três metas volantes.
CLASSIFICAÇÕES

1ª Etapa: Gouveia – Oliveira de Azeméis

1º 93 CHUZHDA, Oleg UKR CAJA RURAL 4:59:10 10″

2º 13 RIBEIRO, Sergio POR BARBOT-SIPER a 01:24 6″

3º 2 BARBOSA, Candido POR PALMEIRAS RESORT-PRI a 01:24 4″

4º 41 PETROV, Danail BUL MADEINOX-BOAVISTA a 01:27

5º 71 SINKEWITZ, Patrik GER ISD-NERI a 01:27

6º 65 PIETROPOLLI, Daniele ITA LAMPRE-FARNESE VINI a 01:27

7º 117 LOBATO, Juan Jose ESP ANDALUCIA-CAJASUR a 01:27

8º 1 BLANCO, David ESP PALMEIRAS RESORT-PRI a 01:27

9º 38 CARDOSO, Filipe POR LA- ROTA DOS MOVEIS a 01:27

10º 83 RATTO, Daniele ITA CARMIOORO-NGC a 01:27

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