Tiago Machado (Madeinox-Boavista) conquistou hoje o 31º Troféu Joaquim Agostinho de ciclismo, pela primeira vez decidido no tradicional circuito citadino de Torres Vedras, imitando o ídolo José Azevedo (Benfica), último português a vencer a prova, em 1998. Machado, recém-sagrado vice-campeão nacional de fundo e de contra-relógio, foi sexto classificado, juntando a camisola vermelha da classificação dos Sub-23 à amarela de vencedor, por 11 segundos de diferença para o espanhol Jesus Buendia (Contentpolis-Murcia), apesar do esforço final dos murcianos, ajudados pela lusa Liberty Seguros. “Não vou comentar [atitude da Liberty Seguros], cada um faz o que quer. Finalmente provei o meu valor num prémio internacional. Acho que estou no bom caminho para ser o novo estandarte do ciclismo português”, afirmou o famalicense de 22 anos, cujo êxito foi dedicado à equipa boavisteira e à namorada de há quatro meses, Ana, “um ombro amigo nos momentos em que as críticas doem”. No final das 12 voltas (98,4 km), o alemão Dirk Muller (Sparkasse), sempre na frente desde a partida, comemorou o triunfo na tirada, em 2:36.51 horas (média:37,641 km/h), reeditando o êxito da véspera do checo e colega de equipa Richard Faltus. A fuga bem sucedida, após vários ataques e contra-ataques, aconteceu depois da oitava passagem pela meta, com Muller, Machado, os espanhóis David Bernabeu (Barbot-Siper), Sérgio Herrero e Rodrigo Garcia (Extremadura) e Santiago Perez (CC Loulé) a seguirem o “Foguete da Rebordosa”, Cândido Barbosa. “O Cândido puxou enquanto lhe interessou, mas depois vieram as tácticas do costume e encostou. Vá lá que o Bernabeu também ajudou um bocadinho”, comentou Machado, adiantando querer “dar o salto” para uma equipa mais ambiciosa, desde que o Boavista, com o qual tem contrato até 2010, seja “bem recompensado, porque fez um ciclista”. Com o sexto posto, a 29 segundos do demolidor Muller, Machado, campeão de “crono” Sub-23 em 2006 e 2007, ganhou a vantagem suficiente para desalojar Buendia (22º na tirada) da liderança da classificação geral, enquanto o terceiro posicionado foi Bernabeu, (sétimo na etapa), a 22 segundos de Machado. “Ninguém entende que uma equipa portuguesa, depois de perder ontem a camisola amarela, supostamente por não ter forças, esteja hoje a dar esta ajuda toda a um espanhol”, criticou Justino Curto, “manager” do Benfica, referindo-se à Liberty Seguros. O melhor classificado dos encarnados na geral acabou por ser Cândido Barbosa, sétimo, a 47 segundos de Machado, depois ter sido hoje o melhor de entre o grupo perseguidor de Muller. Américo Silva, director desportivo da equipa da Charneca, defendeu que “cada equipa faz a sua corrida”, lembrando ironicamente que, “desde 25 de Abril de 1974, há liberdade de expressão e cada um pode dizer aquilo que quiser”. O melhor posicionado da Liberty Seguros foi o espanhol Koldo Gil, vencedor da etapa rainha, no Alto de Montejunto, agora caído para o 10º lugar, a 1.29 minutos de Machado. Dos 117 corredores de 17 equipas - oito das quais estrangeiras -, presentes no início deste Grande Prémio Internacional de Torres Vedras, 733,6 quilómetros atrás, terminaram hoje 74, enquanto a equipa liderada por José Santos juntou o título colectivo ao triunfo individual de Machado.
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