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sexta-feira, 25 de julho de 2008

TIAGO MACHADO AFIRMA-SE NO CICLISMO NACIONAL COM OS OLHOS POSTOS NA VOLTA.

Com um inicio de época fulgurante, Tiago Machado, ciclista famalicense da Madeinox-Boavista venceu recentemente a prova 31º Grande Prémio Internacional de Ciclismo Torres Vedras Troféu Joaquim Agostinho, a vitória mais importante na sua, ainda curta, carreira, tendo sido também vice-campeão de contra-relógio e vice-campeão de estrada. Começou na ADRO mas cedo começou a despertar interesse de equipas profissionais, o vencedor da camisola da juventude da Volta a Portugal 2007 fez-nos um balanço da sua carreira como ciclista profissional, falou-nos das suas raízes e revelou-nos ainda algumas curiosidades. Recebeste recentemente uma medalha de mérito municipal desportivo de Famalicão, como te sentiste quando recebeste a notícia?
Quando se recebe uma medalha tão importante como esta, nós enchemo-nos de orgulho porque é o reconhecimento do nosso trabalho por parte da nossa terra natal. Este reconhecimento só me dá mais vontade de trabalhar de modo a não desiludir o povo famalicense.
Começaste como ciclista na ADRO, que recordações tens desses tempos?
Tenho as melhores recordações possíveis, aliás, aquele grupo que me acompanhou nos meus primeiros anos como ciclista seria certamente, se eu pudesse escolher, a minha equipa hoje, pois, embora nós tivéssemos apenas 13 ou 14 anos, éramos muito unidos e foram tempos incríveis que vivi com eles. Foram tempos tão bons, e impossível descrever.
Como tens visto a evolução do ciclismo no concelho de Famalicão?
Tenho seguido um pouco por fora, mas estou a gostar de ver a evolução, principalmente na equipa onde comecei pois foi um antigo colega da minha equipa, que teve que desisti do ciclismo devido a lesão, o Nuno Silva, que pegou na Escola de Ciclismo Carlos Carvalho e está a tentar transmitir aos miúdos o que aprendeu dos tempos em que corria comigo e, vê-se que ele faz um certo esforço para que nunca falte nada aos miúdos. Por isso acho que o ciclismo em Famalicão está no bom caminho, no entanto ainda são precisos mais alguns apoios financeiros.
Com o 1º Prémio de Ciclismo Cidade de Famalicão, achas que a modalidade dá um passo em frente no concelho?
Sim, estavam bastantes pessoas nas ruas e na linha de chegada e, só fiquei um pouco triste por ouvir algumas pessoas, que não percebem nada de ciclismo, a criticarem o percurso, pois o único problema do percurso foi a chuva, que torna o paralelo mais escorregadio. O percurso estava bem delineado e não era tão sinuoso como algumas pessoas disseram. Na minha opinião, a prova esteve muito bem organizada e só foi mesmo pena a chuva.
O que, na tua opinião, ainda pode ser feito em prol do ciclismo, em Famalicão?
Em primeiro lugar, devia haver mais apoios financeiros para as poucas escolas que há no concelho, depois devem da continuidade ao Grande Prémio Cidade de Famalicão não deixando que esta prova caia no esquecimento e, alem disso, podia-se organizar, em conjunto com a Associação de Ciclismo do Minho, um daqueles circuitos que há depois da Volta. Podiam organizar Circuito de Famalicão para Elites.
Que concelhos darias aos jovens famalicenses que ambicionam ser ciclistas profissionais?
Antes de mais deixo um aviso, o ciclismo não é fácil e requer muitos sacrifícios, alem disso não podem deixar a escola de lado pois faz muita falta ter um mínimo de cultura e conhecimento e também que se apliquem ao máximo e, se realmente gostarem da modalidade, não podem deitar a toalha ao chão à mínima contrariedade.
Passando agora para o campo profissional, vice-campeão de contra-relógio, vice-campeão de estrada, melhor português em todas as provas internacionais que participaste e mais recentemente vencedor do 31º Grande Prémio Internacional de Ciclismo Torres Vedras Troféu Joaquim Agostinho.
Como vês este teu início de época?
Nas provas internacionais, em que participei, fui sempre o melhor português na geral, posso não ter conseguido ganhar nenhuma etapa, mas na geral, que é paa o que sou talhado, está-me a correr bem. Estou em segundo lugar no ranking nacional e assim, sou obrigado a discordar das pessoas que dizem que a época está a começar mal. As pessoas querem ver resultados instantâneos, como vitórias em etapas, mas eu sou apologista de resultados a longo prazo. Tive um início de época bastante positivo, se bem que tive a infelicidade de ficar em segundo duas vezes no nacional, as pessoas podiam pensar assim, podia ter ficado em primeiro. Faltou-me uma pontinha de sorte.
Qual é o teu próximo objectivo?
Terminar os nacionais, que é um dos grandes objectivos de todos os ciclistas, pois é o nosso país e é um orgulho para qualquer ciclista correr com as quinas ao peito. Agora estou a preparar-me, mais a sério, para a Volta a Portugal com outro tipo de planificação, nomeadamente na montanha e no contra-relógio, assim o meu próximo objectivo é a Volta a Portugal. O que achas das alterações efectuadas na Volta a Portugal 2008?
Houve alterações que, se eu estiver fisicamente como tenho estado nos anos anteriores, podem ser-me benéficas pois ter a torre no terceiro dia da volta é bom na medida em que é uma altura em que ainda estou fresco e com bastantes capacidades físicas e anímicas. A Senhora da Graça no penúltimo dia e o contra-elogio, no último são factores que também me podem beneficiar.
Quais são as tuas principais referências como ciclista?
Infelizmente já não estão entre nós, o Marco Pantani, que foi o principal responsável por eu começar a gostar da modalidade, quanto a portugueses, é o Joaquim Gomes, desde o tempo em que o via a correr no Boavista.
Como equacionas o teu futuro?
A minha ambição para o futuro é ir para uma equipa estrangeira pois a fina-flor do ciclismo não é em Portugal e eu gostava de mostrar as minhas qualidades além fronteiras.
Para além do ciclismo tens uma outra paixão que é a guitarra. Como nasceu este gosto pela guitarra?
Costumam ser os mais novos a aprender com os mais velhos, mas neste caso foi o meu irmão, que é mais novo que me incutiu esta paixão.
Qual foi a primeira musica que aprendeste a tocar?
A primeira música que aprendi foi “O homem do leme” dos Xutos e Pontapés. Não tem muito a ver com os meus gostos mas é muito básica e fácil de aprender.
Qual o guitarrista que mais gostarias de conhecer?
Gostava de conhecer o Slash, guitarrista dos Guns N’ Roses.
Se fosse possível, com que banda gostarias de tocar?
É difícil escolher, mas como todos os fãs de música “Metal”, os Metallica.
Para finalizar, uma pergunta difícil, se não tivesses sido ciclista que outra profissão achas que poderias ter?
Se não fosse ciclista gostava de ter sido jogador de futebol visto que também tenho jeito para a bola.
in JORNAL CIDADE HOJE

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